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 Patrona da EMEB: Dona Luiza Maria de Farias

        Luiza Maria de Farias, mais conhecida como a Tia do Bar, nascida  Tapajé,  município de Monteiro, Paraíba. Filha de Ramira Félix Cavalcante, e Pedro Alves de Farias, Luiza teve uma infância marcada pela pobreza e pela fome, provocadas pela seca e pelas condições em que vivia. Trabalhava na lavoura desde cedo e fazia doces para vender na cidade.

       Casou-se aos 16 anos com um homem violento e possessivo, com quem viveu por 16 anos. Teve dezesseis filhos, dos quais apenas seis sobrevivera. Aos 32 anos de idade, separada, veio para São Bernardo de Campo, onde trabalhou como ajudante de cozinha no Restaurante Porteira dos Pampas. Aos 41 anos de idade, aposentou-se por invalidez, devido a problema na coluna.

       Casou-se pela segunda vez com Zito, metalúrgico que trabalhava na Volkswagen e tiveram um filho. Morava na Vila Divineia e mesmo vivendo em condições de muita pobreza, Luiza era solidária e se envolvia nas lutas por melhores condições de vida para sua comunidade.

      Envolveu-se também com a Associação de Bairro da Lavínia, greves e outros movimentos populares, através dos quais acabou conhecendo o Lula e outros dirigentes sindicais. Seu convívio com a categoria metalúrgica foi muito intenso. Conquistava a amizade de todos com sua personalidade alegre e era admirada por suas convicções e sua luta bastante conhecida. Porém, a Tia do Bar, como era conhecida, tinha uma tristeza. Não sabia ler, sobretudo, porque valorizava muito a leitura e tinha grande apreço pelos livros e jornais. Sempre que possível pedia para que lessem para ela, especialmente jornais. Depois de ouvir, opinava e debatia, fundamentando sabiamente seus argumentos.

        Dona Luiza Maria de Farias faleceu em 04 de janeiro de 2012, aos 72 anos de idade, devido a um grave estado de depressão, oriundo de problemas familiares.

       Dar seu nome como patrona de um CEU (Centro Educacional Unificado) em São Bernardo do Campo é a justiça que o destino lhe fez. Temos convicção de que ela, de onde estiver, está realizada e feliz por ser homenageada em um espaço onde as crianças poderão adquirir o que a senhora Luiza Maria de Farias sempre mais desejou para si própria: a leitura.

       “Queria ler e ser, como ela mesma dizia, uma “doutora da escola”, mas mal sabia o quanto sua história pessoal, de luta e superações a tornou uma “doutora da vida”.

 

    Palavras de D. Branca, filha da patronesse, em 09 de maio de 2016, em entrevista concedida aos primeiros profissionais do CEU Luiza Maria de Farias.

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